terça-feira, fevereiro 11, 2003

Sonho meu



Há uns dois dias atrás tive um sonho meio maluco...alguns diriam pesadelo...e que como todo sonho, é como um poema ou quadro criado pela minha mente para ilustrar minha momentânea preocupação com o tempo...por mais que eu tente não pensar nisso, ninguém consegue enganar a si mesmo, e um jeito fácil do teu Inconsciente cuspir de volta aquilo que você tenta deixar num canto escuro do seu cérebro, é te bombardeando com sonhos, ou no caso desse aqui, um pesadelo.
Apesar da tentativa de reacender um conflito, pude provar à mim mesmo (ao incosciente) que realmente esse assunto nada mais é do que outra lembrança, pois por mais cruel e sombrio que seja o pesadelo, eu não senti aquele desespero, muito menos um grande alívio ao abrir os olhos e perceber que não se tratava da realidade. Essa indiferença do consciente sobre as maliciosas tramas do inconsciente é a prova de que enfrentei face à face esse problema, e que pelo menos por enquanto não deixo brecha alguma para a insanidade (consciente x inconsciente).

O local era um antigo engenho datado da época da escravidão. Eu estava num pátio de terra batida sob cascalhos...Devido a antiguidade do engenho, parte dele já estava destruída, onde algumas trepadeiras pareciam amarradas aos barracos para evitar que as paredes cedessem. Eu me encontrava exatamente no meio do pátio quadrado, e olhava na direção de dois lados que juntos formavam um "L". Em cada lado havia um batimento de tijolos, com um enorme buraco onde antes estaria uma grande porta dupla de madeira. Em cada um dos 2 prédios, havia um relógio.. Mas em ambos os relógios havia somente um dos ponteiros..não poderia dizer se marcava as horas ou os minutos, pois também não se moviam (obviamente).
Assim que me perguntei onde estariam os ponteiros, eis que surgem dois homens, vestidos com longas e grossas capas de pano..como monges..não se podia ver os rostos devido aos capuzes que usavam. Cada homem tem em sua mão uma grande lâmina triangular..e vêm lentamente em minha direção...eu não consigo me mexer. Nada posso fazer senão esperar que os dois se aproximem.. Quando estavam quase me alcançando, os homens levantaram as lâminas para o céu, e sem diminuir o passo, avançam em minha direção.. Nesse instante percebi que as lâminas desceriam sobre minha cabeça...

Eu seria morto pelos dois ponteiros que faltavam nos relógios!
- Israel Son - 15:43




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