quinta-feira, fevereiro 06, 2003
Viva pirataria!"Quero lamentar a quebra de uma empresa brasileira, mas, sinceramente, espero que a pirataria ganhe cada vez mais espaço, e incomode bastante as gravadoras internacionais que atuam no Brasil. A política de preços dos CDs é simplesmente absurda! A música vem se tornando artigo de luxo, por conta dessas multinacionais que procuram o lucro abusivo. Afinal, qual é o custo de um CD?? A mídia é bem barata, e imagino que as maiores despesas estejam entre as gravações e publicidade... Mas ainda assim, que custo alto é esse, que não se dilui entre as milhares de cópias distribuídas? Além disso, há de se verificar algumas distinções. Certamente, nos EUA, o impacto de se tirar $10 dólares do bolso (quando se ganha um mínimo em torno de $1.200) é menor do que se tirar $30, quando se recebe de salário $200 reais... É como se as gravadoras instituíssem um decreto no Brasil, proibindo a classe trabalhadora de comprar seus CDs, e abrindo uma janela de possibilidades para os CDs piratas (ou, como preferem os vendedores, CDs genéricos!). Ora, o que esperavam esses queridinhos capitalistas?? Eles próprios parecem desconhecer as leis de mercado! Discursos de apelo sentimental não vão resolver seus problemas: "pagamos impostos...", "empregamos milhares de famílias..."; porque os piratas preenchem outras lacunas, dão ocupação ao desempregado e colocam CDs nos microsystems dos bairros populares. Se as gravadoras estão insatisfeitas com a "concorrência desleal" que a pirataria lhes faz, que mudem rapidinho suas políticas de preço e de lucro. O Estado não poderá lhes ajudar muito... nossa polícia tem áreas mais imediatas para atuação (ou, em outras palavras, têm mais o que fazer!) . Ou as gravadoras diminuem sua margem de lucro, promovendo uma baixa nos preços, ou que sejam lançadas ao mar, e virem comida de tubarão. " "Mariele S. Araújo" |
