quarta-feira, agosto 27, 2003
"Límpido como o mais cristalino dos lagos"(Início do texto, com uma idéia bananal e engraçadinha que todo mundo já teve) Você olha pra penca de bananas e vê: uma muito madura e outra apenas madura. Sem pensar, pegaria a de melhor aspecto, ou seja, a apenas-madura. Aquela banana muito-madura, cheia de manchas negras definitivamente não atrai ninguém. Vai estragar, ainda não estragou, mas vai. Agora, teria sido melhor comer a banana muito-madura, fazendo com que no dia seguinte, a banana apenas-madura tenha se tornado muito madura também? A pergunta é: seria melhor comer 2 bananas "quase-boas", ou apenas uma, mas boa? (Agora vem a parte onde eu cito outra idéia banal, só pra quem não entendeu chongas, ter uma noção do que estou falando) Outro exemplo banal, pra quem não entendeu chongas: Você esquenta um prato de comida num microondas como o meu, ou seja, que esquenta tudo aleatoriamente (sem acento no "tó" ou teríamos uma "preproparoxítona", caso nunca antes registrado no português), heterogenicamente ou seja, após 2 interminaveis minutos, o arroz está quente, o feijão quentinho, a carne morna e por aí vai... E agora? Começa pelo morno (porque vai esfriar primeiro), deixando o arroz ficar morno e o feijão também, fazendo com que tenha que comer o prato todo morno. Ou aproveita logo o quente, e depois come a carne fria mesmo? (Mas pelo menos comeu alguma coisa quente). Ou então, come a carne absurdamente rápido, sem nem mesmo aproveitar o gosto e correr o risco de ter uma indigestão, tendo assim a chance de comer o arroz-feijão quentes. E finalmente, a última possibilidade (que, assim como a penúltima, não segue a mesma linha lógica das duas idéias banais iniciais) seria, misturar na mesma garfada o pedaço de carne e o arroz-feijão de temperaturas diferentes, arriscando de sofrer leves queimaduras na língua seguidas de uma amenização da dor pela carne fria. (Terminada a segunda idéia banal, vou abrir o sujeito, chegar na idéia mais importante e de maior interesse, ou melhor, de algum interesse) A grande pergunta por trás desses dois exemplos é: Melhor viver dez anos em mil ou mil anos em dez? Todo mundo responde Ah, o melhor é viver 1000 anos em 10, com certeza! (imaginem aquela voz de ogro estúpido falando). Certo, depois de 1000 anos em 10, teoricamente, você já pode morrer (senão a palavra "viver" perde o significado...não tem "viver" sem "morrer", quente sem frio e bla bla bla). Já se divertiu muito e tal. Mas depois de viver 10 anos à 1000, quem vai querer morrer? Não seria um grande sofrimento deixar tudo sabendo que poderia talvez ter vivido 2000 anos em 20? Ou um pouquinho menos, tipo uns 630 anos em 10. E, por outro lado, viver 10 anos em mil, parece muito chato, seria como ter que repetir cada dia que viveu 100 vezes. "Isso não é viver, é tortura!" diriam alguns. Mas outros estariam contentes de viver 1000 anos. Muitos têm medo de morrer, muuuuuuuuuuuuitos...viver 1000 anos seria se afastar bastante do fim. E assim 10 anos em 1000 é um exagero..dá pra viver uns 30 ou 40 em mil. (Piadinha final, pro leitor esquecer que o texto todo foi uma porcaria e voltar aqui numa próxima vez) Têm ainda os casos especiais, como de pessoas que se suicidam por estarem muito entediadas vivendo 1000 longos anos, ou aqueles que sofrem acidentes nos 10 anos vivendo à 1000, pois todos sabemos, em alta velocidade qualquer descuido pode ser fatal... Obs: Essa frase do título vem do filme "Laranja Mecânica", daquele carinha com os cílios pra baixo, "o personagem principal?", é, ele mesmo. :: Ouvindo :: Pulp Fiction Theme, Ventures. :: Rabiscos de cela - - Israel Son - 12:28 |