sábado, julho 31, 2004
S f o r z a t o *Um dia acorda e não olha pra hora, levanta para viver seu último dia no qual o tempo não tem mais importância. Um dia acorda e não olha janela afora, não corre pra ver se faz sol, não liga pra saber se teu amor dormiu bem e descobre que...não descobre porra nenhuma. Um dia acorda em fogo, dentro de paredes serenas, luz sutil, tempo suave, envolto em carinho, envolto em paixão, envolto em chamas, ardendo. Um dia acorda querendo matar o mundo sem ferir ninguém, matar o mundo sem ferir as mães. Um dia acorda querendo o fim dos dias, um amontoado de almas, uma chuva de sangue. Um dia acorda com o poder de fundir os pólos, secar as águas, explodir os corpos, rachar a terra. Aumenta o que pode mas falta barulho. Grita o que pode mas falta barulho. Escreve o que pode mas falta barulho. Quebra o que pode mas falta barulho. No buraco do barulho, na fraqueza do caos, surge o silêncio... Então desiste. Desiste porque silêncio faz perceber que não se pode fugir, não se pode esconder, não se pode mudar, não se pode voltar. O silêncio diz ouve a razão porque tempo não se controla... Então ouve. Ouve dizer que não se mata sem ferir as mães, que não se queima sem se arrepender, se arrepender ouve dizer... Cresce, invade, perfura, expande, se alastra, ocupa, domina, domina. O silêncio domina. Mais um dia acorda em caos, vive o caos e morre. Por pouco o barulho se foi novamente, se foi por ainda ser fraco e sem ele você fica assim, razoando. Um dia acorda assim novamente, acorda para o último dia... Um dia...Um dia não acorda...porque quer matar o mundo...sem ferir as mães... Um dia não acorda e vêem que é louco. * S f o r z a t o: Acento súbito e intenso de uma nota ou acorde :: Ouvindo :: Border Wars, Sepultura. :: Rabiscos de cela: - Israel Son - 13:35 |