sábado, outubro 23, 2004

Lucena



Um dia eis que surge na vida da gente
Aquele que vemos ficar para sempre.
Você mesmo dizia que - sim - ficaria
Se não fosse a praia e sua maresia.
E ao ver o azul do mar liberdade,
Nadou e fiquei, boiando em saudade.

Se se fez efêmero, se fez pra você,
Mas mal eu sabia que o seu querer
Não passa da porta, não dobra uma esquina
Sem se perder, olhar para cima.
E ao ver azul do céu liberdade,
Se esqueceu de mim, voou pra saudade.

Eu bem que ouvi, sua história dizia,
Mas ao estar aí, o que eu temia?
"Um balde e pincel, te dou de presente.
Faça no papel o retrato da gente."
Pintou o azul, pintou liberdade
Mas em sua arte, só vi a saudade.

Já pouco tocava e agora nem dó
Já pouco soprava e agora nem só
Minha boca ingênua cantava amizade
Sua boca liberta beijava saudade
Sem blues nem azuis, o vento levou
Meu sexo e ópio, o meu rock'n roll.



:: Ouvindo :: Anyway You Want Me, Elvis Presley

:: Rabiscos de cela:
- Israel Son - 16:48




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