domingo, setembro 17, 2006

Catarse




É agora.
A pluma se soltou e dança
as correntes de ar dentro do quarto.
- Diferenças de pressão me disseram,
do quente pro frio.
A leveza de levar, leva o leve
Me esvaio de ti, corpo quente
Que pena, que pluma, perdida.

Se perder em remoinhos,
ascender chistosos espirais de ar,
flertar com a geografia, revolver as falhas.
- Deixa meu amor, deixa levar
Larga da pluma, solta-a às correntes
e às diferenças, tão pequenas.
Correntes, não que prendem, mas que fogem
do quente pro frio, pro longe.

Larga pluma graciosa, arreda desse pavão
segue leve, leva sua vida,
deixa o galiforme colorido
foge pro mundo, segue a corrente
do quente pro frio
dança nos ventos, pousa ao relento.
Desatrela
Desatrela

Não é mais um fasianídeo, o pavão.
Deixe-o pros experts
- há com mais plumas no sistema solar -
Se foi a pluma, se foi Plutão
Agora o pavão, não têm pena?
Sem pena, sem pluma...
É panela
É panela



:: Ouvindo :: The Gathering - You learn about it

:: Rabiscos de cela:
- Israel Son - 19:30




rene.borges@globo.com This page is powered by Blogger.